Como integrante de uma carreira cuja atuação está pautada na defesa do Estado enquanto instituição a serviço da Sociedade, não estou aqui para cobrar coerência ideológica dos membros do governo. Mas é dever de todo servidor público e, mais ainda, daqueles que pretendem representá-los demonstrar indignação diante de visões preconceituosas e, sobretudo, de medidas que, mesmo supostamente inspiradas no "mantra" da eficiência, apontam para gastos ineficientes e contratações de utilidade duvidosa.
Segundo a nota, a ministra Miriam Belchior "anunciou ainda que haverá atenção especial sobre a folha de pagamentos com a contratação de auditoria para localizar possíveis irregularidades". Porém, ao fazer este "relevante" anúncio, desconsiderou a existência de um órgão central de Controle Interno, a Controladoria-Geral da União, que possui servidores públicos especializados e com prerrogativas para exercer estas funções.
E o discurso da qualidade, da eficiência e economia do gasto público demonstra uma certa incoerência, pois passa-se a supor que a contratação uma auditoria privada, com todos seus custos envolvidos, por si mesmo, teria melhores condições de "acompanhar a folha de pagamento do governo", em detrimento de carreiras cujos servidores exercem rotineiramente e com total presteza esta mesma função.
Depois de tantos imbróglios com o Ministério Público do Trabalho, alguns gestores parecem não ter apreendido que não se pode terceirizar atividades, cujas atribuições já estão devidamente definidas por lei a certas carreiras de Estado.
Diante do exposto, talvez seja necessário uma campanha de esclarecimento, voltada para cidadãos e autoridades, sobre as funções do órgão central de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Funções dentre as quais se destaca a de acompanhar e apontar eventuais irregularidades na execução do Programa de Aceleração do Crescimento.
Filipe Leão,
Servidor Público e Dirigente Sindical.
Servidor Público e Dirigente Sindical.
O que se pode dizer sobre inserção de funcionários fantasmas virtuais (além dos físicos) em folhas de pagamento ? Ou de benesses salariais indevidas ?
ResponderExcluirSão funcionários que os fazem. Nada a obstar em auditorias privadas como braços - temporários ou permanentes - da CGU nas atividades de controles internos da máquina administrativa do Executivo Público.