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3 de jul. de 2011

Psol vai ao MP Eleitoral contra doações a Cabral e PMDB-RJ
Dayanne Sousa e Marcela Rocha
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) opina sobre as isenções fiscais concedidas pelo governo do Rio de Janeiro em 2010 para empresas que doaram juntas mais de R$ 7 milhões ao então candidato Sérgio Cabral e seu partido PMDB-RJ. O socialista adianta que pretende levar o caso para o Ministério Público Eleitoral:
- É evidente que o caso não se restringe ao Rio pela importância do Estado na Federação e pelo comprometimento da questão eleitoral e do financiamento eleitoral, esse é um caso para ser investigado pelo MPE e pela Justiça Eleitoral. Em comum acordo com a bancada do Rio, vamos buscar uma iniciativa também nesse sentido.
Nesta terça-feira (28), Terra Magazine publicou que entre as empresas que receberam isenção fiscal do governo fluminense em 2010, cinco doaram para a campanha do governador Cabral e oito colaboraram com o PMDB do Rio de Janeiro. Contribuições no valor de R$ 1,2 milhão para o candidato e R$ 6,013 milhões para a sigla no Estado.
- É indefensável. Não tem como justificar isso e envolve, portanto, a legitimidade da reeleição do Cabral. Isso reforça a necessidade de se superar, na reforma política, esse duto poderoso de corrupção que é o modelo de financiamento de campanha.
Em resposta à reportagem, o governo do Estado emitiu uma nota, na qual diz que "não há qualquer interferência do governador" na concessão de isenções e que elas seguem normas técnicas da Secretaria Estadual de Fazenda. O Palácio Guanabara afirma ainda que os benefícios "dizem respeito a incentivos setoriais" e não são voltados diretamente a uma empresa ou outra.
O deputado Chico Alencar retruca:
- Cabral se desresponsabilizar por atos de seu governo é uma confissão de incompetência total. Um governador que não governa também a área fazendária, a de recursos e a econômica, é melhor renunciar.
O governador tem sido questionado sobre a intimidade de suas relações com empresários depois de ter voado num jatinho de Eike Batista para ir à festa de Fernando Cavendish, dono da empreiteira Delta. "A fundamental divisão entre o sentir público e privado está, especialmente no Rio de Janeiro, completamente comprometida", critica Alencar.

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