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21 de out. de 2012

Construir outra Feira, fazer outra política: algumas palavras sobre a eleição de 2012 – Por Jhonatas Monteiro

 
Por Jhonatas Monteiro

Compartilho o sentimento das redes e das ruas acerca da nossa candidatura: a certeza que algo de muito bom aconteceu em Feira ao longo desses últimos meses. Tenho esse sentimento, em especial, porque confirmamos algo na prática: que a maioria da população não é desinteressada da “política”, mas sim que quer distância (com razão) dos vícios e abusos que são comuns no sistema político brasileiro, como a compra direta ou indireta de votos, o uso da administração pública para distribuição de emprego e vantagens, maquiagem publicitária dos candidatos, alianças partidárias sem qualquer coerência, governos dominados por interesses econômicos de minorias e assim por diante. Por outro lado, também confirmamos que ante uma proposta e postura eleitoral diferenciada, onde o interesse público e as necessidades da maioria transparecem como a prioridade, as pessoas são bastante receptivas. É isso que foi demonstrado com o resultado do PSOL nas urnas, mas principalmente com o impacto causado pela nossa candidatura na mentalidade de muita gente. Sem dúvida, mais que votos, esse é o mais importante fruto desse processo eleitoral.

Um dos papéis de um partido de esquerda é estimular as pessoas a refletir, inclusive para que deixem de temer mudanças reais e deixem para trás os inúmeros preconceitos que infelizmente ainda circulam por aí. Nesse caso, por exemplo, não tenho dúvida que inúmeras pessoas tiveram que reavaliar a forma como enxergam um jovem, negro, “rasta”, morador de bairro popular de Feira. Além disso, algum tempo atrás, disse em uma entrevista que tinha o objetivo de atrair quem “não se identificava com a política” porque não se via nela, ou seja, dialogar com as pessoas através de uma política baseada na experiência de quem sente na pele os problemas cotidianos de Feira. Dessa forma, fizemos uma campanha sob a visão de quem diariamente vivencia a exploração, opressão e a negação de direitos. Penso que só assim, verdadeiramente, teremos um projeto político que “preencha” com mudanças reais o vazio de certa casa colocada em uma das esquinas da cidade. A partir disso, por exemplo, muita gente passou a questionar o quanto os “políticos” conhecem a realidade dos problemas que dizem querer resolver.

Em sintonia com essa perspectiva, outra característica importante foi combater o “mais do mesmo” da política local sem ficar na simples denúncia ou ataque pessoal: na disputa, criticamos diversas situações, inclusive responsabilizando os culpados, mas sempre com a preocupação de debater problemas e apontar soluções que interessassem à maioria da população. Nesse caso, reafirmamos na prática a ideia que eleição não precisa ser mediocridade, já que ela pode ser apropriada pelos setores populares e democráticos do município como uma “janela de oportunidades” para pautar as grandes questões de interesse público. Isso, sem dúvida, contribuiu para que questões como a ausência de planejamento urbano, a ineficiência do transporte coletivo ou a necessidade de ampliação da estratégia de saúde da família aparecessem com mais força que em qualquer processo eleitoral recente.

Como outro ponto, demonstramos que há uma parcela de Feira, que não é pequena, descontente com o cenário político que domina o município e que tem interesse em construir um novo projeto de transformação da realidade feirense. Vi isso através da solidariedade e abertura dos vários indivíduos e coletivos que, ainda antes da eleição, se dispuseram a auxiliar o PSOL na construção das propostas de governo e também, em vários espaços durante a campanha, no grau de concordância demonstrado pelas pessoas com as nossas idéias e essas propostas. Por sua vez, também ficou evidente que essa parcela de Feira pode influenciar poderosamente a vida política e social do município se assim o quiser. E nesse processo eleitoral ela deu um mostra disso, implicando em deixar para trás parte da velha política também nas urnas.

Como outra característica, essas eleições mostraram também que não é necessário utilizar o mesmo método do “vale tudo” das outras candidaturas para ter alcance eleitoral e social. No cenário de candidaturas com orçamentos milionários e “militância” paga, afirmamos uma campanha colaborativa. Colaborativa porque foi sustentada pela disposição de pessoas dos mais variados bairros de Feira em distribuir materiais para seus conhecidos, em divulgar a campanha pelas redes, organizar reuniões na sua moradia ou em outros locais, participar de panfletagens conosco, dentre outras formas de engajamento espontâneo e voluntário que marcaram essa eleição. E, para espanto dos conservadores, isso dá certo. Imagino que, felizmente, essas e outras características repercutam positivamente na cabeça de muita gente, estimulando as pessoas a pensar que podemos sim fazer política diferente.

Por fim, já que não tem sentido fazer sozinho a avaliação de tudo que vivemos e com que nos animamos conjuntamente nesse processo, gostaria muito de ouvir a opinião das pessoas que ajudaram na construção do Programa de Governo, das várias que se somaram durante as atividades da campanha, daquelas que têm mantido o diálogo conosco nas redes e todos e todas interessadas em participar de um momento coletivo de avaliação. Assim, além daquele que faremos através de twitcast, deixo a indicação de um Balanço Público da Campanha Jhonatas 50, a ser realizado ainda esse mês de outubro, sábado, dia 27, 14 horas (O local será no Centro, mas ainda está indefinido). A ideia é manter o espírito colaborativo e democrático da campanha promovendo um encontro em que, pessoalmente, possamos avaliar o processo e definir também as perspectivas de atuação das pessoas interessadas em mudar Feira pela raiz. Como disse em diversos debates, não disputamos apenas uma eleição, mas sim uma visão sobre Feira e um projeto de sociedade. Portanto, a luta não começou nessa eleição e não terminará nela.
Abraços fraternos.

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