Realizado em Feira de
Santana, no campus da UEFS, o Conselho Baiano dos Estudantes de Geografia
(COBEGEO), contou com Jhonatas Monteiro (PSOL) como mediador de momento de formação
política acerca das formas de organização política na conjuntura atual mundial
e brasileira, cenário de intensas lutas sociais. Na atividade, que no dia 07 de
junho reuniu representações dos Diretórios e Centros Acadêmicos de diversos
cursos de Geografia na Bahia, Jhonatas estruturou o processo de formação a
partir de quatro questões: em que mundo nos movimentamos? Qual o momento que
nos movimentamos? Como nos movimentamos? E o que a Geografia tem a ver com isso
tudo? Como subsídio para discussão, Jhonatas apresentou dados acerca da extrema
desigualdade que marca o desenvolvimento capitalista no mundo em geral e no
Brasil especificamente. Entre eles a “pirâmide” da riqueza mundial, onde 0,7%
da população mundial concentra 41% de toda a riqueza – O que equivale a U$ 98,7
trilhões de dólares, enquanto 68, 7% da população concentra apenas 3% da
riqueza mundial, representando U$ 7,3 trilhões de dólares. Em relação ao Brasil, Jhonatas indicou o
quanto é discrepante a diferença entre os 15 indivíduos mais ricos do País e a
grande maioria da população, o que ainda é reforçado por uma série de
mecanismos institucionais como a tributação e a chamada “dívida pública”. Não à
toa, analisando o gráfico que demonstra como são aplicados os recursos federais,
demonstrou que em 2013 mais de 40% foi utilizado para pagamento de juros e
amortizações da dívida pública, ou seja, quase metade de todo o orçamento da
União. Enquanto isso serviços públicos fundamentais têm investimento muito
menor, como a educação com apenas 3,7%, a saúde com 4,29% ou a cultura com
0,05%. Nesse contexto, Jhonatas também destacou a resposta popular a essas
contradições, expressa em diversos movimentos sociais e práticas de resistência
cotidiana. Dessa forma, Jhonatas discutiu ainda as características desse
processo, chamando atenção para como hoje passamos por uma retomada das lutas
populares no Brasil e no mundo – expresso na grande quantidade de manifestações
de rua, de ocupações urbanas e rurais, das lutas contra as opressões e o
aumento no número de greves nos últimos anos. Em especial, destacou a possível
contribuição de estudantes de Geografia, já que muitas dessas lutas têm uma
dimensão espacial evidente – como, por exemplo, os enfrentamentos aos impactos
sócio-ambientais de um grande empreendimento de mineração ou a ação do capital
imobiliário nos centros urbanos.
Ascom PSOL
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