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13 de ago. de 2010

UMA EDUCAÇÃO PARA INGLÊS VER!



2010 pode ser o ano em que a Educação ganhe maior importância em nosso município? Para alguns esse sonho se concretizará, confesso, entretanto que não me mostro muito crédulo quanto a isso. Mas, esse foi o tom do discurso do prefeito Tarcizio Pimenta, na oportunidade da abertura do ano letivo nas escolas do município em evento de “inauguração” de um conjunto de iniciativas no Centro Integrado de Educação Professor Joselito Falcão de Amorim (antigo Colégio Municipal).

Não existe de nossa parte uma desconsideração com qualquer tipo de ação de melhoramento de nossas instituições de ensino. Muito menos desprezo por disponibilizar-se tecnologias sociais aos estudantes da rede pública de ensino. Cremos sim, que essas inovações devem compor o presente, ou melhor, o cotidiano das atividades escolares, justamente por que podem incidir e complementar o processo de ensino-aprendizagem tão caro aos nossos estudantes e profissionais da educação.

Contudo não se trata do ocorrido. Essa “benesse” nada mais é do que uma maquiagem, como acontecido em 2008 em virtude do processo eleitoral (LEMBRAM?!).

Trata-se de incrementar melhorias em algumas escolas espalhadas pela cidade. Forjar exemplos para uso propagandistico, com o intuito de promoção de determinados interesses na política feirense. Com isso, temos escolas “exemplares”, que dispõem de todo esse aparato (um centro digital, composto de 20 computadores, duas lousas eletrônicas, aparelhos de ar-condicionado, e dois condensadores de água. [...] a unidade de ensino também foi equipada com mais 15 computadores, que estão distribuídos entre a secretaria - cinco unidades - e na sala de multimídia e biblioteca) *, com programas e projetos educacionais de ponta. Mas essas instituições não passam de 3 ou 4 em toda a cidade. O restante de nossa educação continua entregue ao acaso. Vide nossas escolas continuam sucateadas, pois se encontram com suas capacidades de funcionamento repleta de carências. Resulta assim que nossa educação “anda para traz”.

Poderíamos aqui enumerar diversas outras questões relacionadas a este sucateamento ao qual nos referimos. Por exemplo, desde meados do ano passado a partir das mobilizações de docentes da rede municipal pudemos constatar como anda o FUNDEB. A exigência basilar do movimento era ter acesso às contas do Fundo, reivindicação que foi negada pelo senhor Prefeito e pelo Secretario de Educação, José Raimundo Azevedo.

Sem contar a situação lastimável dos profissionais da Educação. Os salários dos docentes, por exemplo, reflete em grande medida este quadro. A proposta de reajuste da prefeitura não contemplava os anseios da categoria que reivindicava em torno de 12%. Outro fator foi o plano de carreira para o magistério municipal. A tentativa do poder público foi de “cozinhar” (enrolar) os professores. Os docentes exigiam que o plano fosse encaminhado ainda no ano passado para apreciação na câmara de vereadores, o que não aconteceu.
Bem, se as atenções do poder público local  continuarem desse jeito em relação a educação, com certeza esse será um ano com muito menos educação. Ou seja, cada vez menos educação para os que têm pouco ou quase nenhum acesso à mesma.  Cumpre-se assim o plano dos de cima, da prefeitura e das elites locais, oferecer educação de ma qualidade, sem estimulo algum ao espírito critico e sem preparação qualificada para a inserção social dos nossos jovens e crianças na sociedade.

*Retirado de: http://bahiaagora.com.br/noticia.asp?id=4982

Cléo Emidio é estudante da UEFS e militante do PSOL

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