Na
última quarta-feira (13), Jhonatas Monteiro esteve à tarde em atividade
promovida pelo Diretório Acadêmico de Engenharia da Computação da UEFS para
recepcionar os estudantes do curso, convidado a falar sobre o tema “Avanços
Tecnológicos, Participação da Sociedade Civil e Políticas de Inclusão Digital”.
Jhonatas inicialmente apontou a íntima relação entre o contexto social e o uso dos
instrumentos tecnológicos, em especial as tecnologias de informação disponíveis
em cada época: “Todas as revoluções ou
momentos de grande participação popular ampliaram, fortemente, o uso dos meios
de informação à disposição”. Nesse sentido, Jhonatas exemplificou através do
uso dos jornais durante a Revolução Francesa, a presença dos cartazes na Revolução
Russa ou na Guerra Civil Espanhola, o importante papel das rádios comunitárias
para reverter o golpe contra Hugo Chávez em 2002 e, mais recentemente, as redes
sociais no processo da chamada ‘Primavera Árabe’”. Dessa forma, se a tecnologia
não pode ser considerada a única responsável pela mobilização das pessoas, como
erroneamente insistem os grandes meios de comunicação, a apropriação ampla das
tecnologias de informação é uma característica dos processos de transformação
social. Em específico sobre a internet, com base no argumento anterior, Jhonatas
caracterizou o papel que as redes sociais cumprem hoje na disseminação de
informações, no processo de participação da sociedade civil e em mobilizações
organizadas a partir delas. Contudo, alertou para a possível “ingenuidade” na
relação com a rede: criticou tanto a perspectiva que as transformações sociais possam
acontecer somente a partir dos processos de mobilização nas redes sociais
quanto a ideia que a internet é plenamente democrática. Nesse sentido, Jhonatas
defendeu a democratização do acesso à rede como um direito social, discutindo
os problemas no recente Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), e a segurança das
informações de cada cidadão, exemplificando com os movimentos em torno da
criptografia de dados contra abusos de governos e empresas. Além desses dois
aspectos políticos, Jhonatas também discutiu questões como a baixa utilização
de software livre por parte do poder público, a falta de compromisso dos
governos baianos e feirenses com a inovação tecnológica como instrumento de
desenvolvimento social e as possibilidades de uso das tecnologias de informação
para reformulação do modelo educacional vigente. O espaço contou ainda com momento
para comentários e questionamentos, circunstância em que o público jovem
demonstrou maturidade na compreensão dos limites e potenciais do uso das redes
sociais como instrumento para transformação da sociedade.
Ascom
PSOL
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