Durante o Encontro Regional de Estudantes de
Comunicação Social (ERECOM), Jhonatas Monteiro (PSOL) participou de uma
mesa-redonda com tema “Comunicação e combate às opressões”, no campus XIV da
UNEB, em Conceição do Coité, no dia 02 de maio. No evento, organizado pela
Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (ENECOS), inicialmente
Jhonatas caracterizou o sentido do termo “opressões” como práticas sociais
sistemáticas que produzem identificação entre diferença e desigualdade –
citando, para tanto, opressões de gênero, de sexualidade, raciais, sobre
pessoas com deficiência físicas, geracional e, inclusive, em relação à pobreza.
Para Jhonatas, as posições tradicionais da esquerda historicamente não deram
prioridade ao combate às opressões, pois predominava a perspectiva que a classe
trabalhadora se reduzia a sua identidade econômica. Do ponto de vista da
relação entre as opressões e a comunicação, Jhonatas problematizou o papel da
grande mídia: há muito tempo as classes dominantes perceberam o papel
fundamental da difusão da sua visão de mundo, ou seja, o sentido estratégico do
controle da “opinião pública” nas sociedades contemporâneas. No capitalismo,
esse processo de construção de “consenso” – no sentido atribuído por Gramsci –
é ainda articulado à intensa mercantilização da informação. Esse processo, ao
definir padrões ligados tanto aos interesses de mercado quanto aos valores
hegemônicos, reafirma cotidianamente as diferentes formas de opressão. Nesse
sentido, a mídia se utiliza de diversos instrumentos para silenciar ou
deslegitimar os movimentos populares e para criminalizar estes movimentos e os
setores populares em geral. Em específico, Jhonatas analisou o impacto disso
sobre a atuação de movimentos sociais, alvo de sistemático ataque da grande
mídia – desde o “silenciamento” sobre sua existência até a aberta
criminalização de suas ações. Jhonatas chamou atenção ainda para o sentido mais
profundo desse processo: não só as iniciativas organizada de contestação, mas a
própria pobreza é de um modo geral objeto de criminalização, como evidenciado
na representação midiática das periferias brasileiras. Para finalizar, Jhonatas
chamou atenção para a necessidade do enfrentamento a esse cenário através da
construção de redes de comunicação alternativa, da mobilização social crítica e
legal contra os abusos cotidianos, bem como a luta pela regulamentação
democrática da mídia. Além da participação do público, também contribuíram para
o debate enquanto debatedores a professora Carla Liane, Vice Reitora da UNEB e
pós-doutora em Direito constitucional do Afrodescendente; Carmem Miranda,
representante do Grupo de Mulheres da ENECOS; o professor da UNEB Kleber
Simões, Coordenador do Grupo de Leitura e Estudo Interdisciplinar de gênero
(GLEIGS); e Lorena Lima, militante da Marcha Mundial de Mulheres, do Coletivo
Kiu de Diversidade Sexual, do movimento antiproibicionista e Coordenadora
Municipal de Juventude do município de Serrinha.
Ascom PSOL
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