Como
parte do trabalho promovido pelo Ministério Público, que objetiva construir um
diagnóstico do sistema de transporte de Feira de Santana, foi realizada uma
Audiência Pública, no dia 18 de julho. Compuseram a mesa de discussão o
promotor de justiça Sávio Damasceno e a promotora Márcia Moraes; o secretário
de Transporte, Ebenezer Tuy; o secretário de desenvolvimento urbano, José
Pinheiro; o vereador Edvaldo Lima, representando a presidência da Câmara
Municipal; o vereador Alberto Nery, pelo Sindicato dos Rodoviários de Feira; e
Ronaldo Mendes, pelo Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano
(SINCOL). Além disso, participaram representantes de associações de bairros e
sindicatos, estudantes e moradores de vários bairros e localidades do
município. Aberto o debate ao público, vários problemas foram denunciados:
descumprimento de horários, frota de ônibus insuficiente, veículos velhos,
linhas inadequadas, descaso com os cadeirantes, pontos de ônibus
desestruturados, dentre outros. Em sua intervenção, Jhonatas Monteiro (PSOL)
relatou, como exemplo do problema da mobilidade bairro-bairro, a situação de
quase isolamento da Pedra Ferrada: ônibus velhos e que quebram regularmente,
descumprimento de horários, mas principalmente linhas apenas direcionadas ao
Centro. Jhonatas enfatizou também que as problemáticas do transporte em Feira
não são recentes e refletem o equivocado modelo de mobilidade urbana feirense.
Por isso, ressaltou que o trabalho do Ministério Público deve considerar não só
os casos pontuais de precariedade, mas a necessidade de crítica do Sistema
Integrado de Transporte (SIT) como um todo. Nesse sentido, utilizando o
diagnóstico contido no próprio projeto do Bus Rapid Transit (BRT) do governo
municipal, Jhonatas apontou que o município tem “graves problemas” ligados à
“precariedade da infraestrutura local, inadequação do desenho e falta [de]
prioridade à circulação do transporte público”. Assim, defendeu a necessidade
de um plano diretor de desenvolvimento urbano (PDDU) e um plano de mobilidade
democráticos, o redesenho geral das linhas do sistema, ampliação da frota, a
disponibilização das informações de trajeto e horário dos ônibus em tempo real
para o usuário, a criação de uma ouvidoria pública para o transporte, uma nova
planilha de custos que barateie a tarifa absurda atual, dentre outras pautas já
históricas nos vários movimentos pelo transporte público digno em Feira nos
últimos anos. Criticou ainda a proposição do BRT, obra milionária imposta pelo
governo municipal mesmo sem qualquer plano que oriente as políticas públicas
voltadas a mobilidade em seu conjunto.
Ascom
PSOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário