Hoje, 29 de janeiro,
é o Dia Nacional da Visibilidade Trans, data importante no calendário de lutas
da população transexual brasileira. Mesmo que de maneira bastante lenta, a luta
trans vem alcançando conquistas fundamentais para avançar no processo de garantia
de direitos. O dia de hoje representa um momento de luta e resistência, mas
também de luto pela vida de centenas de transexuais, travestis e transgêneros
vítimas de assassinato no nosso país. O Brasil é o país que mais mata pessoas
trans no mundo! Somente este ano, mais de 50 pessoas que assumiram suas
identidades de gênero foram assassinadas. Esse dado revela a necessidade de uma
série reflexões sobre a visibilidade das pessoas trans e da luta diária contra
a transfobia, que vem dizimando essa parcela da nossa população.
A vulnerabilidade das
pessoas trans não diz respeito apenas à violência física a que cotidianamente
estão expostas. A patologização das pessoas trans no Brasil ainda é uma das
principais barreiras que as impedem de possuir direitos sociais básicos, além de
representar uma das principais fontes da transfobia. A transexualidade ainda é
considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença, uma
disforia de gênero desenvolvida através das identidades trans, que causaria o desejo de mudança nos
corpos, rompendo com a "natureza", com a “norma”, com o “padrão”. Por
isso, pensar na despatologização das identidades trans é uma das principais
pautas de luta contra a transfobia, uma vez que representa, para as pessoas
trans, uma ferramenta de resistência frente à vulnerabilidade social à qual são
submetidas.
O reconhecimento e
respeito à identidade de gênero em sua verdadeira diversidade é imprescindível
para a garantia de direitos com saúde, educação, trabalho, dentre outros, hoje
negados às pessoas que fogem à imposição cisgênera heterenormativa. Tornar
visível esses cidadãos e cidadãs é compreender a transexualidade para além de
padrões fixos ou imutáveis. É lutar por dignidade, por respeito ao nome social,
pela garantia de processos de resignação sexual e despatologização, enfim, é
lutar por políticas públicas e direitos sociais. É compreender o mundo em
movimento, é se livrar de encaixes que moldam perfis e estereótipos. É
respeitar a diversidade das relações não-binárias. É ir para além dos padrões estabelecidos
pela sociedade cisgênera heteronormativa. É pautar um debate aberto e plural
incluindo: travestis, transexuais, intersexuais, Drag Queens, Drag Kings e
outras múltiplas representações sexuais. É, em primeiro lugar, dizer: A luta é
por direitos iguais!
29 de Janeiro, Dia
Nacional da Visibilidade Trans
Ascom PSOL Feira
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