Na última quarta-feira (15),
Jhonatas Monteiro (PSOL) esteve na Faculdade Anísio Teixeira (FAT), a convite
de alunos da turma do 3º semestre de Administração, no âmbito da disciplina
Organização Governamental e Políticas Públicas, ministrada pela Prof. Waneska
dos Anjos, para falar sobre políticas de ações afirmativas. Jhonatas refletiu
inicialmente sobre algumas noções presentes nessa discussão: comentando sobre o
próprio conceito de raça, afirmou que “do ponto de vista biológico, o conceito
de raça não se sustenta para os humanos, pois existem diferenças genéticas
insignificantes entre pessoas de aparência diferente”. Por outro lado,
enfatizou que apesar dessa constatação científica as relações sociais ao longo
da história foram fortemente racializadas, já que inúmeros grupos se apoderaram
de alguma ideia de “raça” para justificar suas ações. Nesse sentido, Jhonatas
discutiu algumas experiências de racismo, demonstrando como essas práticas
derivam da suposta “raça” uma série de características intelectuais, morais e
sociais que servem de pretexto para inferiorização do outro. No caso do Brasil,
Jhonatas comentou que o racismo é fortemente marcado pela nossa condição
histórica de país cuja base foi mais de três séculos de escravização de
diversos povos africanos e seus descendentes. Diante disso, Jhonatas apontou
que esse processo gerou muitas desigualdades raciais, pois “as relações sociais
brasileiras são há muito tempo fortemente racializadas e a Abolição não
implicou em nenhuma política que garantisse acesso à terra, à educação ou ao
trabalho digno para a população negra”. Para Jhonatas, sem exclusão de outras
iniciativas de luta por melhoria nas condições gerais da sociedade, as
políticas de ações afirmativas são uma das formas de enfrentamento e diminuição
dessa desigualdade de oportunidades que se manteve através de várias barreiras
institucionais e sociais. A partir dessa perspectiva, o convidado falou da
experiência da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e discutiu de
que maneira as cotas no ensino superior para estudantes da rede pública, negros
e indígenas não só têm mudado positivamente o espaço das universidades, ao
torná-las mais próxima da realidade do país, mas também provocarão a
democratização de outros espaços no médio prazo.
Ascom PSOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário