Na última quinta-feira (03), a convite
da professora Marcela Macedo Smigura, Jhonatas Monteiro (PSOL) debateu o tema
“Os desafios na profissão do professor de História na contemporaneidade” no I
Encontro de História EAD do Município de Santo Estevão (Rede UAB/UNEB). Em sua
fala, Jhonatas discutiu que a atuação dos professores e professoras de História
não pode ser vista desvinculada das difíceis condições da educação pública
brasileira e também deve ser encarada como uma “questão aberta”, articulada por
isso mesmo ao contexto social de cada época. Tanto mais, a própria temática
priorizada a cada momento na literatura sobre o ensino de História variou
significativamente. Dessa maneira, Jhonatas apontou como parte desse processo a
busca por revisão dos conteúdos como marca do período pós-Ditadura nos anos
1980, a procura por integração metodológica entre ensino escolar e os debates
historiográficos na década de 1990 e a ênfase, muitas vezes ingênua, nas
chamadas “novas tecnologias” nos anos 2000. Em sua análise, Jhonatas chamou
atenção ainda para dois aspectos institucionais relacionados ao tema: as
perspectivas teóricas que orientam os currículos dos cursos de História e o
velho debate em torno da regulamentação da profissão de historiador. Porém,
mais que acerca dos obstáculos institucionais, Jhonatas buscou estimular a
reflexão sobre os desafios colocados ao próprio sentido da atividade de ensino
de História hoje. Por um lado, defendeu “um ensino de História que
conscientemente parta de questões do presente”, inclusive como contraponto à
ideia que “tudo sempre foi como é” estimulada pela grande mídia. Por outro
lado, Jhonatas afirmou a necessidade de crítica ao conservadorismo presente em
“guias de história” que sob embalagem “jovem” ou “cômica” divulgam para o
público não-acadêmico o que de mais velho há na sociedade brasileira do ponto
de vista do preconceito e relações de dominação. A atividade, que também teve
como outro debatedor o professor Jean Marcel Araújo, contou também com diversas
questões do público acerca do fazer do ensino de História, das condições de
trabalho docente na atualidade e as possibilidades de uma escola crítica das
contradições sociais e que contribua para emancipação dos estudantes.
Ascom PSOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário