Jhonatas Monteiro (PSOL) participou da III Semana de
Juventude do Coletivo Municipal de Jovens de Quijingue (CMJQ), no último dia
16. A atividade, que teve como tema “Juventude no processo de revolução
social”, contou também com a presença do educador da CUT Emanoel Sobrinho e
aconteceu no histórico povoado de Maceté, onde em 1893 ocorreu o primeiro
conflito entre tropas legalistas e aquelas ligadas a Antonio Conselheiro.
Jhonatas iniciou a palestra apontando que para entender o que é uma revolução
social é fundamental entender “de que social falamos”, o que implicou na
análise dos contrastes sociais do capitalismo no mundo, no Brasil, no Nordeste
e na Bahia. Diante disso, Jhonatas discutiu a “governabilidade conservadora” do
período FHC-Lula-Dilma marcada pela expansão da dívida pública, regressão da
independência econômica e ausência de reformas estruturais no País. Nesse
sentido, em vez de transformação social profunda, o máximo do período foi uma
espécie de “melhorismo social” baseado em programas de transferência de renda,
pequeno aumento real do salário mínimo e crescimento do crédito consignado.
Para Jhonatas, como evidenciado em busca rápida na Internet, esse contexto
marca uma banalização do uso da palavra “revolução”: “revolução Jesus”,
“revolução mental”, “revolução tricolor”, “revolução dos 20 centavos”,
“revolução educacional”, “revolução da colher”, “revolução nerd”, “revolução
digital dos pagamentos”, dentre outras. A partir disso, Jhonatas resgatou o
sentido básico de revolução enquanto mudança profunda ou transformação radical
de algo. Lembrou, inclusive, o debate do então deputado Antonio Gramsci com os
fascistas na Itália de 1924: uma revolução é, necessariamente, uma mudança real
de poder entre as classes sociais. A luz de experiências históricas, Jhonatas
explicou como uma revolução é um processo que envolve a construção de uma
correlação de forças favorável à alternativa social e diversas formas de luta
institucional, eleitoral, comunitária, de movimento, cultural e de comunicação.
Em especial, Jhonatas analisou a questão dos ciclos de ascenso e descenso das
lutas sociais em relação à juventude. Assim, indicou o papel da juventude na
renovação geracional das lutas, tanto do ponto de vista do engajamento de novas
pessoas quanto de novas ideias. Em sintonia com isso, Jhonatas interpretou a
“irrupção” de junho como parte de um processo mais amplo de avanço da
resistência popular e caminho para novo ascenso em que a juventude de hoje tem
papel principal. Segundo Jhonatas, isso se dá principalmente porque a realidade
brasileira expõe o grande desencontro entre a expectativa dos jovens e a
estrutura social em problemas educacionais, na grande violência, na negação do
direito à cultura e lazer. O debate, a partir de questões do público, passou
ainda por pontos como o papel das redes sociais na mobilização jovem, passe
livre, as conquistas das manifestações de junho, dentre outras.
Ascom
PSOL
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