Na quinta-feira, 21
de novembro, Jhonatas Monteiro (PSOL) participou do I Seminário da Juventude do
grupo Nova Geração, formado por jovens do bairro Limoeiro. Nessa primeira
edição do evento, Jhonatas fez uma palestra sobre as “Causas sociais da
violência” e a sua relação com a juventude. Dessa forma, analisou o quadro de
crescente violência, principalmente de mortes violentas, e apontou que no
Brasil entre 2008 e 2011 foram assassinadas mais pessoas de 200 mil – Número
maior que as cerca de 170 mil nos doze maiores conflitos do mundo entre 2004 e
2007. Jhonatas salientou que o crescimento de mais de 200% no número de
assassinatos entre 1980 e 2011 teve como principal alvo a juventude do país, já
que o aumento de mortes violentas nessa parte da população foi de 326% no mesmo
período. Jhonatas apontou que Feira de Santana não ficou de fora desse cenário,
aparecendo como um dos municípios mais perigosos para a juventude: segundo o
Mapa da Violência, ocupa a 69º posição entre os mais de cinco mil municípios do
País e tem a assustadora taxa anual de 118,7 jovens mortos a cada 100 mil.
Jhonatas afirmou também que a “naturalização dessa situação é o pior que pode
acontecer”, tanto pela mídia ou comunidades afetadas, pois torna banal a morte
de inúmeros jovens. Chamou atenção ainda para que a própria mídia local
contabilizou mais de 170 mortes violentas apenas nos primeiros seis meses de
2013, mas sem esforço para investigar a raiz do problema e a razão dele afetar
massivamente jovens da periferia e negros. Para Jhonatas, “reduzir a violência não
é sinônimo de querer mais polícia” já que essa redução passa necessariamente
por alternativas públicas de participação, educação, cultura, lazer e renda
para a juventude. Como provocação, Jhonatas perguntou aos jovens presentes
“quantas dessas necessidades são atendidas aqui na comunidade do Limoeiro, na
Queimadinha, na Conceição ou no George Américo, por exemplo?”. Jhonatas
salientou ainda que a gritante desigualdade social brasileira potencializa esse
“estado de violência” em que vivemos: na maior parte dos casos, não é a simples
ausência policial que provoca a violência, mas sim a negação de direitos e incapacidade
pública de oferecer “perspectiva de vida e visibilidade positiva” para a
maioria da juventude. Após essa fala inicial de Jhonatas, um grande número de
inquietações, perguntas e ideias foram levantadas a respeito do tema em geral e
também sobre a presença da violência sexual, casos de truculência policial,
racismo institucional, tráfico de drogas, desarmamento, entre outros pontos.
Como parte do processo de organização do grupo Nova Geração, a atividade contou
também com um momento de sistematização de propostas dos jovens para
enfrentamento do problema e reivindicação junto ao poder público.
Ascom PSOL
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