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19 de dez. de 2013

JUVENTUDE NEGRA, VIOLÊNCIA URBANA E DROGAS É TEMA DISCUTIDO POR JHONATAS NO COLÉGIO JAIR SANTOS SILVA

Jhonatas Monteiro (PSOL) esteve no Colégio Estadual Dr. Jair Santos Silva, no Conjunto Feira IX, para discutir o tema “Juventude negra, violência urbana e drogas”, como parte das atividades de comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra, no dia 27 de novembro. Como ponto de partida, Jhonatas comentou como o recorrente convite para que discutisse a temática não só naquele momento, mas também em várias outras escolas é revelador da presença do problema em várias localidades de Feira de Santana. Jhonatas, analisando os dados que fazem de Feira o 69º município mais violento para a juventude, defendeu que a desigualdade racial e o racismo são fatores determinantes nessa situação. Ressaltou, nessa argumentação, que dentro do universo geral da violência é a juventude negra a mais atingida: dados de 2010 demonstram que em Feira enquanto a taxa de homicídios a cada 100 mil habitantes para jovens brancos é de 26,6 a taxa registrada entre jovens negros sobe de modo absurdo para 151,4. Jhonatas discutiu como esses números não devem ser vistos como naturais sob o falso argumento que essa parcela da juventude vivencia essa situação por maioria, pois “se essa explicação proporcional fosse correta ela também seria a majoritária nas universidades públicas, por exemplo”. Dessa maneira, Jhonatas defendeu o entendimento dessa situação a partir da histórica negação de direitos à população negra como produtora do quadro de contradições sociais que colocam a juventude negra como mais vulnerável à violência urbana. Concentrada nas periferias dos centros urbanos, essa juventude é aquela que infelizmente estampa os jornais seja como vítima ou agente da violência, o que é resultante da omissão do Estado brasileiro diante da necessidade de reparação histórica à população negra pelos séculos de escravização e seu impacto duradouro sobre a igualdade de oportunidades. Além disso, também como um fator específico, Jhonatas discutiu como esses resultados não podem ser creditados apenas à situação social de negros e negras jovens, mas precisam ser vistos também à luz do forte racismo institucional presente nas políticas de segurança pública. Nesse caso, as instituições policiais mantêm na sua “cultura corporativa” valores e práticas que legitimam a truculência sobre o jovem negro mais que sobre qualquer outra parcela da juventude, uma vez que aquele é visto como “suspeito” natural ou é muito maior a “sensação de impunidade” em relação aos abusos policiais cometidos contra ele. Assim, ao analisar o impacto das drogas lícitas e ilícitas sobre a juventude negra e periférica como um todo, Jhonatas afirmou que o carimbo fácil de “envolvimento com o tráfico” que tem acompanhado a morte de centenas de jovens em Feira tenta “apagar” as suas reais causas e retirar a responsabilidade do Estado nesse processo. Após a exposição inicial, o debate prosseguiu com pronunciamentos de professores e variadas questões de estudantes sobre o funcionamento das cotas raciais nas universidades, o histórico das leis que visam alguma reparação à população negra, a falta de alternativas culturais e de renda na periferia, as expressões da valorização negra hoje, dentre outras.


Ascom PSOL

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