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22 de mar. de 2014

JHONATAS DISCUTE MILITÂNCIA SOCIAL NA UNEB DE SANTO ANTONIO DE JESUS

Jhonatas Monteiro (PSOL) participou da Calourada Integrada da Universidade Estadual da Bahia (UNEB), campus V, em Santo Antônio de Jesus, no último dia 21 de março. Discutindo o tema “História e atualidade das militâncias sociais no Brasil” com estudantes do Curso de Geografia, Jhonatas apresentou a perspectiva que as lutas sociais passam por diferentes ciclos históricos. A partir dessa premissa, traçou o panorama do fim da década de 1970 no Brasil, os muitos problemas sociais e econômicos frutos de anos de ditadura e a relação desse cenário com a intensificação de manifestações, protestos e greves. Em especial, destacou a criação ou refundação de diversas entidades, movimentos sociais e partidos que serviram de expressão para o fortalecimento da luta popular na época, a exemplo da União Nacional dos Estudantes (UNE), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Nesse quadro histórico, segundo Jhonatas, é que devem ser entendidos os avanços sociais inscritos na Constituição Federal de 1988, pois o processo da Constituinte se deu em meio ao ascenso da luta popular no País. Porém, apontou que ao longo da década de 1990 há um enfraquecimento da luta popular devido às mudanças que ocorreram tanto no plano internacional, como fim do chamado “socialismo real” na URSS e a restruturação produtiva capitalista no mundo do trabalho, quanto a nível nacional, como a unificação das classes dominantes em torno do neoliberalismo como seu projeto. O profundo impacto na organização e luta popular no Brasil se fez sentir na queda da quantidade de mobilizações e de pessoas envolvidas nesses processos, mas também na mudança de perspectiva ideológica: cresce a acomodação à ordem em entidades e movimentos antes pautados por práticas anticapitalistas. Essa hegemonia se manifesta politicamente também na naturalização de uma forma de “governabilidade” voltada ao mercado de capitais, através de sucessivas formas de privatização e transferência de recursos sociais para pagamento de juros da Dívida Pública. Com base nos dados produzidos pela Auditoria Cidadã da Dívida, Jhonatas apontou como essa governabilidade conservadora atravessou os governos de FHC, Lula e tem continuidade com Dilma, o que mantém os problemas históricos do Brasil sem resolução e cria um cotidiano de negação de direitos para a maioria da população – No máximo, há um gerenciamento da pobreza sem efetiva redução da desigualdade social brasileira, situação que leva ao visível processo de retomada das lutas populares em curso atualmente. Para Jhonatas, esse processo é anterior a junho, mas foi “acelerado” pelas grandes manifestações que marcaram o Brasil em meados de 2013: como um indicador evidente do aumento da consciência do poder de pressão coletiva na maioria da população, diariamente a mídia noticia atos de protesto espontâneo de moradores de diversas localidades. Portanto, essas milhares de greves e de pequenas manifestações de rua indicam maior contradição social no período de estabilidade dos interesses dominantes que foi próprio à acomodação do PT à ordem. Após a exposição inicial, Jhonatas discutiu ainda as variadas questões que surgiram sobre a atividade sindical no País, o papel político de programas sociais como o Bolsa Família, quais reformas seriam prioritárias na agenda dos movimentos populares, a violência presente nas manifestações, dentre outras.

Ascom PSOL

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