Tendo
como tema "O jovem contemporâneo, o seu papel social, cidadania e
participação", Jhonatas Monteiro (PSOL) proferiu palestra na Escola
Municipal Comendador Jonathas Telles de Carvalho, no bairro da Conceição II, na
noite do dia 27 de março. No início da discussão, com o público formado
principalmente por estudantes do Projovem Urbano e da Educação de Jovens e
Adultos (EJA), Jhonatas apontou que ser “jovem” não se limita ao critério de
idade. Defendeu, então, que a identidade jovem tem relação com as suas práticas
sociais, definindo uma forma diferente como é reconhecido em cada época
histórica. Dentre essas práticas, hoje estão aquelas ligadas à construção da
vida profissional e busca pela entrada no mercado de trabalho. Jhonatas
criticou o discurso comum que culpa o indivíduo jovem pela dificuldade de se
empregar, mas esquece convenientemente as condições gerais da sociedade
capitalista que sistematicamente explora e marginaliza grande número de
trabalhadoras e trabalhadores. Após a exibição de um breve vídeo sobre
políticas de “primeiro emprego”, problematizou a relação entre esse momento da
vida juvenil e as chamadas políticas públicas: para ter condições de construir
o seu futuro o jovem que estuda e trabalha necessita de direitos sociais
garantidos, como educação, saúde, transporte, moradia e cultura. Assim,
Jhonatas afirmou que a perspectiva de futuro plantada no jovem depende da
cidadania, pensada não como um conceito abstrato, mas como a concretização
diária dos direitos. Entretanto, em geral o poder público brasileiro não
garante tais direitos – ao contrário, entrega-os nas mãos da iniciativa privada
transformando os direitos sociais em mercadoria e fonte de lucro particular, o
que exclui a maioria da população e principalmente a periferia. Inclusive, com
base nos dados produzidos pela Auditoria Cidadã da Dívida sobre o ano de 2013,
Jhonatas apresentou o contraste entre quase metade do orçamento nacional
destinado aos juros da chamada Dívida Pública, ficando em mãos da minoria mais
rica, e apenas 0,05% em cultura, 3,7% em educação e 4,29% em saúde por exemplo.
É nesse cenário que a cidadania exige participação, em especial alguma maneira
de engajamento jovem no enfrentamento coletivo de um modelo político que entra
em choque com suas expectativas de vida. Assim, Jhonatas defendeu que a
participação política é uma necessidade se se pensa na conquista de direitos e
mudança real do atual modelo político e social. Além das perguntas que marcaram
esse primeiro momento, o público ainda levantou diferentes questões acerca da
situação do transporte em Feira, como fazer para exigir mudanças nas
prioridades políticas, a inexistência de política cultural de juventude na
periferia e o funcionamento do sistema eleitoral.
Ascom
PSOL
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