Militantes do PSOL de Feira de Santana, neste
1º abril, organizaram um ato simbólico visando provocar reflexão acerca dos
desdobramentos do golpe civil-militar de 1964 no município e restante do
Brasil. Além de uma panfletagem ampla e diálogo com estudantes em frente ao
Instituto de Educação Gastão Guimarães e do Colégio Modelo Luís Eduardo
Magalhães, o ato consistiu em rebatizar um importante ponto da memória das
lutas populares da cidade: o antigo “Ginásio Municipal”, hoje Centro Integrado
de Educação Municipal Professor Joselito Falcão de Amorim, passou a ter
“Francisco Pinto” em lugar do nome homenageado oficial. Em 1964, há 50 anos,
golpistas conduziram o país a uma ditadura que durou oficialmente até 1985.
Esse regime político que só se viabilizou mediante um imenso autoritarismo, em
Feira teve uma das suas facetas iniciais na deposição do prefeito Francisco
Pinto (O lembrado “Chico Pinto”). Isto implicou no desmonte de uma
administração participativa e popular, que tinha colocado o poder público municipal
sintonizado com as lutas em prol da educação pública e com o sentido das
chamadas “Reformas de Base” da época. Assim, o real encaminhamento pela gestão
de Pinto do Ginásio Municipal foi um forte símbolo desse projeto político
democrático. Não por coincidência, como pesquisas acadêmicas mostram, tentar
apagar da memória feirense o processo de participação popular que impulsionou o
desenvolvimento do “Ginásio” foi uma das ações do governo golpista, implantado
em 1964, através da inclusão do nome de Joselito Amorim no nome da escola –
justamente um dos mais ferrenhos opositores da garantia da educação pública no
município e prefeito imposto após o golpe. Nesse sentido, o objetivo do ato
realizado pelo PSOL, ao rebatizar simbolicamente essa instituição como “Centro
Integrado de Educação Municipal Francisco Pinto”, foi denunciar as muitas
mentiras oficiais que ainda hoje são herança ditatorial circulando no cotidiano
feirense e, ao mesmo tempo, contribuir para que a maioria da população conheça
o tipo de inversão dos fatos ainda hoje utilizado pelos herdeiros da ditadura –
inclusive aqueles que continuam ativos no Paço Municipal de Feira.
Ascom PSOL
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