O
município de Serrinha sediou a sétima edição do Seminário Interterritorial de
Educação Profissional, evento promovido pela Superintendência de Educação
Profissional (SUPROF) em conjunto com a DIREC 12, no último dia 11. Para
avaliar qual a realidade da educação profissional no estado, o evento teve como
proposta oficial reunir representantes do poder público, da sociedade civil e
das unidades de ensino dos chamados "territórios de identidade" da
Bacia do Jacuípe, do Sisal e do Portal do Sertão. O Seminário foi marcado, ao
mesmo tempo, pela apresentação dos números oficiais de crescimento da educação
profissional na Bahia e as críticas feitas pelos profissionais e estudantes à
expansão precária dessa modalidade educacional desde 2007. Assim, durante a exposição
de Almerico Biondi, superintendente da Educação Profissional, Jhonatas Monteiro
(PSOL) problematizou o contraste entre a política formulada pela SUPROF e o
difícil cotidiano das escolas vinculadas a essa modalidade. Enquanto professor
do Centro Territorial de Educação Profissional do Portal do Sertão, Jhonatas
expôs três problemas que afetam o dia a dia escolar: a inexistência de concurso
público para os professores e técnicos de apoio aliada à falta de profissionais
devido aos salários de miséria oferecidos aos "temporários"; grande
precariedade da formação prática dos estudantes em função da inexistência de
laboratórios ou atraso em muitos anos nas obras de adequação física das
escolas; e uma estrutura administrativa incapaz de atender as necessidades de
autonomia dos centros educacionais. Jhonatas chamou atenção ainda para o fato
que esses problemas estruturais são de conhecimento da SUPROF, mas a rede de
educação profissional baiana vive um estado de "improviso" porque ao
que parece o governo Jaques Wagner não tem interesse na efetiva
institucionalização dessa política. Nesse sentido, Jhonatas perguntou onde
reside o impasse: se a questão não está na formulação da política pela SUPROF,
qual a instância do governo estadual é responsável por impedir a solução de
problemas conhecidos há muito tempo? Em sintonia com a provocação de Jhonatas,
seguiram-se colocações feitas por estudantes e professores de várias
localidades relatando as dificuldades vivenciadas nos centros de educação
profissional do estado. Nesse sentido, ao invés da aceitação passiva dos
números apresentados sobre a acelerada expansão da rede estadual de educação
profissional expressa na quantidade de estudantes matriculados, foi a tônica de
reflexão crítica que marcou os grupos de trabalho e o próprio encerramento do
evento.
Ascom
PSOL
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