Convidado
pela professora de Geografia Rosane Pontes, Jhonatas Monteiro esteve na Escola
O Pequeno Polegar para discutir a temática da “globalização” com estudantes do
8º e 9º anos, no dia 22 de maio. Durante o bate-papo, Jhonatas procurou situar
o tema no contexto mais imediato do cotidiano feirense através de exemplos como
as empresas transnacionais em atividade no Centro Industrial do Subaé (CIS) ou
os produtos comercializados no Feiraguay. Em seguida, Jhonatas problematizou o
termo “globalização” apontando a tentativa de naturalização e irreversibilidade
do fenômeno de maior circulação de capitais no final do século XX. Para tanto,
chamou atenção também para como a expansão do capitalismo não é fato novo: a
chegada européia em nosso continente já foi parte de um longo processo de
“mundialização”, embora esse fenômeno tenha se acelerado nas últimas décadas.
Essa liberdade no movimento de capitais, viabilizada pelo predomínio do
liberalismo enquanto política de governo, ampliou as contradições sociais ao
elevar a desigualdade mundial e aumentar a dependência das nações aos
interesses empresariais internacionais. Jhonatas destacou ainda que, embora
haja forte tendência à padronização de comportamentos pelo consumo e
individualismo, também vivemos um cenário nacional e internacional em que
diversas experiências de resistência continuam se desenvolvendo. Nesse sentido,
como exemplo, discutiu como as manifestações de junho cobraram melhores
políticas públicas para garantia de direitos, o que é um sinal importante do desgaste
do discurso que predominou desde a década de 1990 no Brasil – a propaganda
ideológica do “neoliberalismo” defendia que direitos, como saúde e educação,
deveriam ser privatizados e as pessoas deveriam adquiri-los como “mercadorias”.
O momento foi marcado também por colocações de professores acerca do consumismo
na chamada “classe média” e perguntas sobre o socialismo como alternativa ao
capitalismo, a relação entre globalização e danos ambientais, bem como quais
meios de mobilização para conquista de melhor mobilidade urbana diante do atual
estímulo irresponsável ao veículo individual.
Ascom
PSOL
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