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6 de fev. de 2015

JHONATAS DEBATE EXTERMÍNIO E OPORTUNIDADES COM OS JOVENS NO CASE JUIZ DE MELO MATOS

Como parte das atividades do Projeto Verão, desenvolvido na Comunidade de Atendimento Socioeducativo (Case) Juiz de Melo Matos, em Feira de Santana, Jhonatas Monteiro (PSOL) foi convidado a discutir o tema “Juventude, extermínio e oportunidades” com os adolescentes que cumprem medida socioeducativa na instituição, no dia 05 de fevereiro.

Jhonatas destacou a situação de vulnerabilidade social que a maioria da juventude vivencia, em especial os jovens negros: escolarização precária, desemprego ou sub-empregos, falta de garantia do acesso à cultura e lazer, bem como a negação de vários outros direitos sociais que a coloca como o principal alvo de extermínio por parte do Estado –  seja pela falta de garantia de direitos ou quando são diretamente vítimas da violência policial. Na oportunidade, Jhonatas como se manteve o cenário indicado pelos dados do Mapa da Violência de 2010, os quais revelam que dos 206 jovens mortos no município de Feira de Santana 198 eram jovens negros.

Dessa forma, dialogando com a experiência de muitos dos presentes, problematizou como ser jovem negro multiplica a chance de ser assassinado hoje. Por outro lado, Jhonatas também discutiu o próprio encarceramento como parte desse processo de “genocídio” da população negra. Ao contrário do que se imagina com o discurso do Brasil como “país da impunidade”, o País registra um quadro de crescente aumento do encarceramento: entre 2005 e 2012 a população brasileira passou de 184 milhões para 193 milhões de habitantes, um aumento de 5% da população, enquanto a no mesmo período a população prisional passou de cerca de 300 mil presos para aproximadamente 550 mil presos (crescimento de cerca de 80%). Jhonatas apontou que esse encarceramento é seletivo, uma vez que principalmente sob a justificativa da “guerra às drogas” se produziu uma população encarcerada esmagadoramente pobre e de 61% de negros.

Mais importante do que a própria reflexão inicial, a discussão seguiu através de variados comentários dos jovens que se enxergaram nos números apresentados e em inúmeros momentos problematizaram o papel que o Estado tem exercido na vida da juventude (A pedido da instituição, não houve registro direto da atividade).



ASCOM PSOL

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