Como parte das atividades
do Projeto Verão, desenvolvido na Comunidade de Atendimento Socioeducativo
(Case) Juiz de Melo Matos, em Feira de Santana, Jhonatas Monteiro (PSOL) foi
convidado a discutir o tema “Juventude, extermínio e oportunidades” com os
adolescentes que cumprem medida socioeducativa na instituição, no dia 05 de
fevereiro.
Jhonatas destacou a
situação de vulnerabilidade social que a maioria da juventude vivencia, em
especial os jovens negros: escolarização precária, desemprego ou sub-empregos,
falta de garantia do acesso à cultura e lazer, bem como a negação de vários
outros direitos sociais que a coloca como o principal alvo de extermínio por
parte do Estado – seja pela falta de garantia de direitos ou quando são
diretamente vítimas da violência policial. Na oportunidade, Jhonatas como se
manteve o cenário indicado pelos dados do Mapa da Violência de 2010, os quais
revelam que dos 206 jovens mortos no município de Feira de Santana 198 eram
jovens negros.
Dessa forma, dialogando
com a experiência de muitos dos presentes, problematizou como ser jovem negro
multiplica a chance de ser assassinado hoje. Por outro lado, Jhonatas também
discutiu o próprio encarceramento como parte desse processo de “genocídio” da
população negra. Ao contrário do que se imagina com o discurso do Brasil como
“país da impunidade”, o País registra um quadro de crescente aumento do
encarceramento: entre 2005 e 2012 a população brasileira passou de 184 milhões
para 193 milhões de habitantes, um aumento de 5% da população, enquanto a no
mesmo período a população prisional passou de cerca de 300 mil presos para
aproximadamente 550 mil presos (crescimento de cerca de 80%). Jhonatas apontou
que esse encarceramento é seletivo, uma vez que principalmente sob a
justificativa da “guerra às drogas” se produziu uma população encarcerada
esmagadoramente pobre e de 61% de negros.
Mais importante do que a
própria reflexão inicial, a discussão seguiu através de variados comentários
dos jovens que se enxergaram nos números apresentados e em inúmeros momentos
problematizaram o papel que o Estado tem exercido na vida da juventude (A
pedido da instituição, não houve registro direto da atividade).
ASCOM PSOL
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