A luta por mais direitos
continua fundamental, mas também a defesa ante as investidas do capital sobre
as conquistas que já são realidade para a classe trabalhadora e que se
encontram ameaçadas sob o argumento de uma “crise econômica” que não foi gerada
por nós (trabalhadores e trabalhadoras).
No
Brasil as marcas mais recentes dos ataques aos direitos dos trabalhadores são o
Projeto de Lei 4330/2004, que amplia a chamada “terceirização”, e as Medidas
Provisórias 664 e 665, medidas do “pacote de maldades” do governo Dilma (PT)
que restringem direitos como o seguro desemprego para garantir o “ajuste
fiscal” – Que nada mais é do que economizar no investimento público em direitos
para viabilizar o repasse desses recursos para o mercado financeiro. Soma-se a
isso um verdadeiro “tarifaço”: aumento generalizado nas contas de energia
elétrica, nos transportes coletivos, na gasolina, dentre outros itens, que
implicam diretamente no aumento do custo de vida para o povo.
O
governo contribui para o aprofundamento do fosso da desigualdade social com a
colaboração da direita tradicional (PMDB, PSDB, DEM, etc), que “posa pra foto”
como “oposição” ou mesmo defensora dos trabalhadores, mas é aliada de toda hora
do governo para levar as políticas sociais ao seu total esvaziamento de
propósito e de financiamento público.
Sob
o discurso da dificuldade orçamentária os governos (da esfera federal à
municipal) cortam gastos para fazer “caixa” e pagar os juros da dívida pública.
Tal dívida tem consumido por ano, em média, mais de 40% do orçamento do Estado
brasileiro. Logo, dizer que faltam recursos é uma mentira, pois esta situação
expressa nada mais do que a prioridade dos atuais governos em atender os
interesses predominantes no mercado. Basta observar como os bancos, por
exemplo, continuam com recordes de faturamento e enriquecendo seus
proprietários em plena crise. Nesse sentido, nos perguntamos: crise para quem?
No
plano estadual, o governo do PT vira as costas para o povo e corta recursos de
áreas sociais, como a Educação, sob o mesmo discurso “orçamentário”. Além
disso, a Bahia (com destaque para Salvador) ocupa os piores índices nacionais
de desemprego e continuamos com uma política de segurança pública racista e
disseminadora de mais violência.
No
município, fomos “presenteados” no início do ano com um aumento de tarifa do
transporte coletivo. Tal medida não se justifica senão para satisfazer os
empresários do setor, visto que o atual Sistema Integrado de Transportes (SIT)
presta um serviço extremamente desumano, com ônibus sucateados e muitos outros
problemas que tornam a experiência da maioria dos trabalhadores feirenses ainda
mais precária. Em Feira a precarização do trabalho é uma constante também no
próprio setor público: basta observar o número de funcionários terceirizados,
chamados pelo nome bonito de “cooperados”, nas áreas de Saúde e de Educação por
exemplo.
Nesse
quadro difícil para a classe trabalhadora, as centrais sindicais governistas, a
exemplo da CUT e da CTB, vivenciam uma contradição permanente entre a sua
defesa do governo e a pressão da base para que confrontem as medidas
impopulares encaminhadas por esse mesmo governo. Não à toa, principalmente ao
longo da última década, o 1° de maio desses setores se tornaram grandes festões
com sorteio de brindes para o público em geral, destoando do real sentido de
luta da data.
Por
todas essas razões, reafirmamos sobre o 1º de maio: É tempo de luta! É tempo de
perder a paciência! Fazer do 1° de maio um símbolo em sintonia com o atual
contexto de crescimento das lutas populares é a nossa tarefa, enquanto mais um
passo na defesa de uma sociedade emancipada da exploração capitalista.
PSOL
de Feira de Santana
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