Quarta-feira,
dia 25 de maio de 2016. A notícia do estupro coletivo de uma adolescente de 17
anos, no Rio de Janeiro, chocou o país e convulsionou a internet. Além da
barbaridade do crime, praticado por nada menos que 30 homens, chocou a forma
como o ato criminoso foi veiculado: através do Twitter, por um dos próprios
agressores, que postou um vídeo da garota desorientada e ensanguentada após o
ataque, além de tecer comentários depreciativos sobre a vítima, em tom de
deboche.
A
postagem revela a banalização do estupro, da dor de outro ser humano, e a
banalização da própria vida das mulheres. Informações postadas em redes sociais
são massivamente visualizadas. Mas saber que um grande número de pessoas
tomaria conhecimento do ato não inibiu os agressores de divulgá-lo e
compartilhá-lo. Quem se sente livre para agir assim, confia na cumplicidade do
outro. Confia que outras pessoas concordarão e, assim como eles, debocharão do
sofrimento daquela mulher.
Nem
todos concordaram, nem debocharam. Tanto que mais de 800 denúncias sobre a
postagem foram feitas ao Ministério Público do Rio de Janeiro, e uma
investigação sobre o caso foi aberta. Mas de certa forma, o pensamento dos
criminosos estava correto. Muitos, de fato, concordam. Se assim não fosse, não
aconteceria um estupro a cada 11 minutos no Brasil, como revelam os dados do 9º
Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em 2015. Nunca será
normal, mas na sociedade em que vivemos, infelizmente, é muito comum uma mulher
ser estuprada.
Tais
números absurdos têm origem no machismo e na cultura do estupro que ele
alimenta. A cultura do estupro é responsável pela legitimação da agressão
sexual, especialmente a mulheres e crianças, através de instituições e produtos
culturais. Ela está nas músicas depreciativas da condição feminina, na
publicidade nefasta que retrata a mulher enquanto objeto sexual, em filmes,
videoclipes, seriados e novelas, que naturalizam ou até mesmo romantizam a
violência contra a mulher. Está nos contos de fadas antigos – mas que continuam
a ser repetidos de forma acrítica, inclusive no ambiente escolar, que ensinam
que é normal o príncipe beijar a princesa que dorme. Está disfarçada no humor
que ridiculariza as vítimas, está nas piadas politicamente incorretas que
“pessoas de bem” reivindicam poder continuar a repetir. Está na pergunta
hedionda: que roupa ela estava usando?
Estupradores
não são necessariamente pessoas doentes. Embora existam patologias mentais
associadas a esse comportamento criminoso, de forma geral, um estuprador é
apenas um homem que acredita ter direito ao corpo de uma mulher, independente
do seu consentimento. Estuprador é o homem que puxa o braço ou cabelo da mulher
na balada para forçar o beijo. Estuprador é o homem que se esfrega e ejacula
nas mulheres no ônibus ou metrô. Estuprador é o homem que assedia mulheres na
rua ou no trabalho. Estuprador é o “amigo” que transa com a amiga bêbada, mesmo
que ela não esteja consciente o suficiente para dizer sim. Estuprador é o
marido que obriga a esposa ao sexo mesmo que ela não esteja afim, porque esta
seria sua obrigação de casada. Estuprador é também todo homem que usa de
violência física ou estratégias criminosas (como dopar a vítima) para conseguir
o ato sexual não consensual.
Precisamos
reconhecer que, na nossa sociedade, as mulheres não estão seguras. Precisamos
reconhecer que o machismo produziu uma sociedade onde todo e cada homem É um
estuprador em potencial. E isso precisa parar.
É
difícil expressar em palavras o sentimento compartilhado por nós, mulheres, ao
ler a notícia do estupro dessa jovem. Talvez por isso tantas ilustrações sobre
o crime tenham sido criadas, de forma voluntária e independente, e circularam
pelas redes sociais nas últimas 24 horas. Ilustrações ora contundentes, ora
poéticas, mas todas catárticas. Em comum, o sentimento de solidariedade para
com esta mulher, a vontade de abraçá-la, de curar suas feridas, de protegê-la.
É doído. Na falta de palavras, talvez a arte possa nos socorrer.
Podia
ter sido com qualquer uma de nós. Acontece com várias de nós todos os dias.
Somos vítimas de abusos físicos, de abusos psicológicos, somos violentadas. A
sociedade precisa reconhecer nossa humanidade, nossa dignidade, nosso direito à
segurança e à vida. Os homens precisam parar!
Homens
usam o machismo para manter seus privilégios (inclusive o privilégio de
usufruir do corpo de uma mulher, se esta for sua vontade, quando bem entender).
Mulheres precisam do feminismo para continuar vivas. É uma luta extremamente
desigual. De que lado você está?
Núcleo
de Mulheres do PSOL Feira de Santana
26 de
maio de 2016
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