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3 de jun. de 2016

MOÇÃO DE REPÚDIO AOS FEMINICÍDIOS DE JÉSSICA NASCIMENTO E SANDRA DENISE E A TODAS AS FORMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER



Recentemente, dois casos de feminicídio ocorreram na Bahia, tornando ainda mais evidente o quanto a cultura machista fomentada em nossa sociedade tem sido letal para nós, mulheres. No dia 25 de abril, em Vitória da Conquista, a estudante Jéssica Nascimento, de 22 anos, foi brutalmente agredida por seu “namorado” Américo Francisco e após passar 16 dias internada morreu no dia 10 de maio. Jéssica estava grávida quando fora espancada por Américo, que, após pagamento de fiança, foi liberado negando o relacionamento com a vítima. O outro caso aconteceu em Salvador no dia 13 de maio, em uma escola pública do bairro Castelo Branco. A vítima desse feminicídio é a professora municipal Sandra Denise Costa Alfonso e o assassino, seu “marido”, major do Corpo de Bombeiros Militares da Bahia, Valdiógenes Almeida.

Esses crimes brutais são demonstrativos da gravidade da violência contra a mulher no Brasil. Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), uma mulher foi assassinada a cada hora e meia no país entre os anos de 2009 e 2011. A Bahia é o 2º estado brasileiro no ranking da violência de gênero, atrás apenas do Espírito Santo, e entre as mulheres assassinadas na região Nordeste durante o período citado, 87% eram negras.

Esses dados refletem uma violência específica. Não são números de mulheres mortas no trânsito ou em assaltos. São mulheres mortas pelo fato de serem mulheres. A sociedade brasileira está em guerra contra nós, e apenas a hipocrisia de uma sociedade machista pode explicar o não reconhecimento deste fato.

Ser mulher na sociedade brasileira nos torna vulneráveis, sobretudo quando se é pobre, negra, indígena, lésbica ou transexual. Nos torna vulneráveis aos homens que acreditam que podem nos punir por não obedecermos às suas vontades ou seguirmos suas regras. A violência de gênero ainda é eticamente tolerada, associada à defesa da honra, e até mesmo fetichizada, uma vez que assassinatos de mulheres são noticiados pela mídia como crimes “passionais”.

A vulnerabilidade da condição feminina torna-se ainda mais explícita na atual conjuntura do país. A crise política e institucional serviu de justificativa para a supressão da Secretaria das Mulheres, mostrando quanto os (insuficientes) direitos conquistados até agora estão ameaçados. Numa sociedade machista, a dignidade da mulher é extremamente frágil, podendo a qualquer momento ser revogada. E nós, mulheres, pagamos os retrocessos políticos com as nossas vidas.

Nesse sentido, o Núcleo de Mulheres do PSOL de Feira de Santana repudia os feminicídios de Jéssica Nascimento e Sandra Denise, e se solidariza com a dor de suas famílias, bem como com todas as vítimas do machismo, cujos números, infelizmente, não param de crescer. Coincidentemente, o nome da escola na qual Sandra Denise trabalhava é “Esperança de Viver”. Também carregamos conosco a esperança de uma vida livre e segura para todas as mulheres.

Não haverá socialismo sem liberdade para as mulheres! Não há vida digna para as mulheres com violência e sem direitos!

Núcleo de Mulheres do PSOL Feira de Santana

Moção de repúdio aprovada no III Congresso Municipal do PSOL Feira de Santana em 14 de maio de 2016

Um comentário:

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