Recentemente, dois
casos de feminicídio ocorreram na Bahia, tornando ainda mais evidente o quanto
a cultura machista fomentada em nossa sociedade tem sido letal para nós,
mulheres. No dia 25 de abril, em Vitória da Conquista, a estudante Jéssica
Nascimento, de 22 anos, foi brutalmente agredida por seu “namorado” Américo
Francisco e após passar 16 dias internada morreu no dia 10 de maio. Jéssica
estava grávida quando fora espancada por Américo, que, após pagamento de
fiança, foi liberado negando o relacionamento com a vítima. O outro caso
aconteceu em Salvador no dia 13 de maio, em uma escola pública do bairro
Castelo Branco. A vítima desse feminicídio é a professora municipal Sandra
Denise Costa Alfonso e o assassino, seu “marido”, major do Corpo de Bombeiros
Militares da Bahia, Valdiógenes Almeida.
Esses crimes brutais
são demonstrativos da gravidade da violência contra a mulher no Brasil. Segundo
dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), uma mulher foi
assassinada a cada hora e meia no país entre os anos de 2009 e 2011. A Bahia é
o 2º estado brasileiro no ranking da violência de gênero, atrás apenas do
Espírito Santo, e entre as mulheres assassinadas na região Nordeste durante o
período citado, 87% eram negras.
Esses dados refletem
uma violência específica. Não são números de mulheres mortas no trânsito ou em
assaltos. São mulheres mortas pelo fato de serem mulheres. A sociedade
brasileira está em guerra contra nós, e apenas a hipocrisia de uma sociedade
machista pode explicar o não reconhecimento deste fato.
Ser mulher na sociedade
brasileira nos torna vulneráveis, sobretudo quando se é pobre, negra, indígena,
lésbica ou transexual. Nos torna vulneráveis aos homens que acreditam que podem
nos punir por não obedecermos às suas vontades ou seguirmos suas regras. A
violência de gênero ainda é eticamente tolerada, associada à defesa da honra, e
até mesmo fetichizada, uma vez que assassinatos de mulheres são noticiados pela
mídia como crimes “passionais”.
A vulnerabilidade da
condição feminina torna-se ainda mais explícita na atual conjuntura do país. A
crise política e institucional serviu de justificativa para a supressão da
Secretaria das Mulheres, mostrando quanto os (insuficientes) direitos
conquistados até agora estão ameaçados. Numa sociedade machista, a dignidade da
mulher é extremamente frágil, podendo a qualquer momento ser revogada. E nós,
mulheres, pagamos os retrocessos políticos com as nossas vidas.
Nesse sentido, o Núcleo
de Mulheres do PSOL de Feira de Santana repudia os feminicídios de Jéssica
Nascimento e Sandra Denise, e se solidariza com a dor de suas famílias, bem
como com todas as vítimas do machismo, cujos números, infelizmente, não param
de crescer. Coincidentemente, o nome da escola na qual Sandra Denise trabalhava
é “Esperança de Viver”. Também carregamos conosco a esperança de uma vida livre
e segura para todas as mulheres.
Não haverá socialismo
sem liberdade para as mulheres! Não há vida digna para as mulheres com
violência e sem direitos!
Núcleo de Mulheres do
PSOL Feira de Santana
Moção de repúdio
aprovada no III Congresso Municipal do PSOL Feira de Santana em 14 de maio de
2016
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