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13 de jan. de 2014

PSOL DEBATE TRANSPORTE COLETIVO E MOBILIDADE URBANA EM FEIRA DE SANTANA

O primeiro ciclo de mesas do III PSOL Debate finalizou com a discussão do tema “Transporte coletivo e mobilidade urbana”, no último dia 14 de dezembro (O segundo ciclo será no início de 2014). A atividade contou, como debatedores, com Antonio Rosevaldo Ferreira e Marcos Musse. O primeiro é economista, mestre em Desenvolvimento Regional e Urbano, especialista em Regulação da AGERBA e pesquisador do Grupo de Trabalho sobre Transporte Público da UEFS; enquanto o segundo é estudante de História, integrante do Movimento Passe Livre (MPL) de Salvador e militante do PSOL. Antonio Rosevaldo, que vem acompanhando de perto o debate público em torno da questão da mobilidade urbana em Feira, principalmente em relação ao cálculo da tarifa de transporte coletivo, discutiu os aspectos afetados pela atual transformação do direito ao transporte em mercadoria. Nesse sentido, Rosevaldo defendeu a gestão pública do serviço, já que o objetivo de lucro do empresariado em geral se choca com o interesse da população por transporte acessível e de qualidade. Em especial sobre a tarifa, o debatedor ressaltou que os critérios da planilha de custos do serviço em Feira são completamente desatualizados, o que implicou na elevação contínua da tarifa feirense ao ponto de torná-la uma das mais caras de todo o país. Explicou ainda que é economicamente viável a chamada “tarifa zero” ou “passe livre” a partir da simples reorganização da forma de pagamento das empresas que operam o serviço. Por sua vez, além do histórico da luta pelo passe livre no Brasil, Marcos Musse destacou a importância da relação do transporte coletivo com o direito à cidade como um todo. Afirmou, dessa forma, que a garantia de outros direitos sociais – como saúde, educação, cultura, moradia e trabalho – está ligada diretamente à existência de um sistema de transporte público democrático e eficiente. Marcos também defendeu a gestão pública do serviço de transporte e ressaltou estratégias que possibilitam a gratuidade da tarifa do transporte, notadamente através do uso social da massa de recursos públicos que hoje já subsidia as atividades do empresariado do setor. Em comum, tanto Antonio Rosevaldo quanto Marcos discutiram a necessidade e os efeitos positivos da mobilização popular para garantia do direito ao transporte. O debate, muito esclarecedor para toda a militância e participantes da comunidade presentes, seguiu ainda com questões acerca das dificuldades de mobilidade entre bairros, a inconsistência da proposta de BRT em relação aos reais problemas do SIT, as possibilidades de funcionamento de transporte intermunicipal dentro da Região Metropolitana de Feira, a inexistência de política pública de ciclovias, a precariedade da mobilidade nos Distritos, o descaso empresarial com a acessibilidade de deficientes e idosos, entre outras perguntas.


Ascom PSOL

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